Embora o ditado afirme que a fome é o melhor tempero, sabemos que não sobram na mesa, alimentos melhor elaborados na apresentação, no contraste das cores, e nos temperos.
Os conhecimentos nutricionais preventivos atuais, conferem à elaboração, aos acompanhamentos e às ações de temperar, cuidados que evitam fermentações, acidez, oxidações e putrefações, fatores causadores de doenças graves como o câncer de estômago que as estatísticas apontam o Japão como campeão mundial, justificado pela cultura alimentar daquele país de temperar com produtos fermentados, e também consumir carnes cruas.
Ou seja, se não estiverem permanentemente presentes os critérios de combinação, balanceamento, teor de fibras, carboidratos simples e complexos, proteínas e gorduras, ausência de lactose, colesterol e temperos industrializados, aqueles alimentos comprovadamente saudáveis nos quais investiu tempo na procura, e até se dispôs a pagar um pouco mais, serão estragados na elaboração, na ingestão e na digestão, afetando o bem estar, a imunidade, a qualidade e a expectativa da vida.
Afinal, segundo a física, toda ação causa uma reação, e esta, pode ser favorável, ou desfavorável.
Também acho importante dar uma palavrinha sobre os alimentos diet e light, porque muitos temperos, cremes, molhos e patês possuem uma dessas classificações.
Quando reduzem um ingrediente e o substituem na formulação da receita a fim de classifica-los nessas categorias, os fabricantes estão preocupados apenas com o sabor, e com a tabela de calorias que o consumidor vai consultar na compra, ou depois, e até desconhecem que esse alimento estará desbalanceado ao retirar componentes que a natureza elaborou com finalidade nutricional.
Nenhum deles está comprometido com a saúde e a qualidade de vida dos seus clientes, pois, se estivessem, certos ingredientes não estariam descritos nas embalagens desses produtos.
Porque inúmeros aditivos que afetam a saúde escondem-se nos patês, cremes, molhos e temperos industrializados, é medida altamente compensadora e preventiva, trocar seu consumo fácil e prático mas arriscado e caro, por elaborações criativas caseiras nas quais confie plenamente porque as fez, e até mesmo, as torne diversão, e entretenimento, como aconteceu comigo.
Me lembro, por exemplo, de que minha ex esposa não me deixava sequer ficar na cozinha, alegando que atrapalhava.
Dizia secamente, quando rodeava o fogão e a mesa, perto do horário das refeições: Fica lá, e espera.
Me resignava, e esperava, quieto, porque sabia que não faria nada melhor, e jamais me decepcionei por aguardar.
Mas também me recordo do prazer intenso que senti, quando criei já descasado, o primeiro patê para substituir no pão vantajosamente do ponto de vista nutricional, a margarina e a manteiga.
E já se vão vinte anos que não parei mais de criar receitas e cardápios, degustando-os, e ensinando-os.